Workshop
“Conexões que transformam”
Estou sentado, cinto afivelado, as instruções de voo estão sendo passadas, a mochila embaixo do assento da frente impede um maior conforto. A moça ao meu lado cruzou as pernas de forma irritante como se fizesse ioga e eu com o joelho quase encostado no banco da frente. Isso me fez lembrar que gordo não cruza as pernas.
Mas viajar é ótimo! Sempre ouço isso quando digo que estou em viagem e, ainda: "Que vidão, hein! Só na moleza!” Mal sabem eles que isso não é verdade. Todos os colegas reclamam uníssonos que é cansativo, desgastante... que esperaram, que atrasou, que passaram o dia todo nos aeroportos... enfim, acho que quando vira rotina e quando a trabalho, viajar é ruim e pronto.
Fico pensando no porquê do senso comum ter essa visão míope sobre viajar, creio que ela se dá em virtude de que as pessoas, geralmente, viajam a passeio, o que deve provocar um entorpecimento dos sentidos que apagam da mente os percalços e constrangimentos do percurso, que não isentam os simples mortais, pelo menos os que eu conheço.
Esqueci de contar que a moça que sentou ao meu lado e que parecia meditar, estava acompanhada de uma criança que sentou-se no assento do corredor. Quando a vi, gelei, já pensou se ela me pede para trocar de lugar, cedendo a janela para o anjinho? A confusão estaria formada, pois eu não cederia de jeito nenhum o meu lugar. Viajar na janela nos dias atuais ficou mais arriscado.
Chegamos no Rio de Janeiro (Galeão), voo tranquilo, daqui a pouco estarei em casa… Só que não, o trânsito está totalmente parado já na saída da Ilha do Governador e o sol “rachando a mamona” com diz o dito popular.
E lá fui eu em fila indiana disciplinada até deixar a BR 101 e tomar a RJ 116 rumo à Nova Friburgo. Para resumir, cheguei às 17:00h, três horas a mais que a previsão.
Viajar é massa! Viajar é tudo de bom! Viajar é top D +! Viajar é levar os olhos para passear! Nesse caso, só valeu por rever amigos queridos, por um dia inteiro de muito aprendizado, pela troca de experiências e o convívio com pessoas incríveis.
Mas viajar é ruim e ponto final.
Rogério Alves
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