Empatia
Deitado no banco da praça
Vigio o ir e vir dos passantes
Eu não sei os seus destinos
A pressa é geral e irrestrita
E eu ali sem coragem de ir
Todos correm de lá e de cá
Eu sentado, destino incerto
Reparo nas roupas e cores
E eu ali, no monocromático
Subo a rua que sai a direita
É engraçado eu saber andar
O destino eu ainda não sei
Entro na torrente e me largo
Levado e retido, sou impasse
Sigo o rumo dessa multidão
E ela se dirige àquela praça
Meu banco agora tem dono
Atento, ele vigia os passantes
Nossos olhares se encontram
Ele me reconheceu de pronto
Eu tenho certeza quem ele é
Baixamos os nossos olhares
Sou eu ali no banco da praça
Sou ele perdido na multidão.
Rogério Alves
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