Casebre
- Rogério Alves da Silva
- 29 de mar.
- 1 min de leitura

O cheiro de fumaça impregnando a casa,
grudou em todas as minhas roupas rotas.
Suas paredes, cobertas por fuligem negra,
guardam em suas frestas a minha história.
Todas as manhãs o velho fogão ressurge,
fumegante como nossa negra locomotiva,
que marca com seus apitos a vida da vila,
nascida desde quando plantaram o trilho.
Aqui, a vida passa sem olhar os ponteiros,
capturando a aventura em teia paralisante,
que beira a água com açúcar das beatas,
imposta aos que reagem contra os ferros.
Sentado em um banco ao lado da porta,
preso a lembranças gravadas pelo fogo,
repasso esse tempo que teima em ficar,
como as estrelas que moram ali no céu.
Dia após dia…
Rogério Alves
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