Carnaval Caseiro

As ruas estão desertas, portas fechadas,
é algo de se estranhar no meu cotidiano.
Sigo rumo ao cruzamento e é minha vez,
sem disputa ou concorrência é só seguir.
Nas calçadas, uns tristes gatos pingados
perambulam atônitos contando as frestas,
o que os impede de olhar em frente e ver
que algo de bom está prestes a acontecer.
Serão dias e dias de uma paz calma, boa,
cheios de silêncio aqui na minha ruazinha,
sem as histéricas motocicletas que berram
quando sobem e dão tiros quando voltam.
A cidade tá que é uma beleza de tranquila
tem até vaga para estacionar lá no centro,
restaurante sem fila, até o relógio acalmou
arrastando o tempo sem nenhuma pressa.
Vou tratar de aproveitar muito esses dias,
tô pensando até em ir ao supermercado,
o que não faço, nem se estiver com fome
e olha que gordo com fome é imprevisível.
Não quero nem pensar que isso passará,
que este sossego em dias vai se acabar,
questão de tempo para o Carnaval findar,
que todos que foram, acabaram por voltar.
É triste mas é realidade, vai durar pouco,
vai passar rápido, mas quero aproveitar.
Torço que o motoqueiro resolva não voltar,
ficando pelo menos até o réveillon chegar.
Um viva às pessoas que gostam de praia!

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