Banco de Memórias
Atualizado: 23 de jul. de 2023
Gosto de desafiar a minha memória, visitando-a e vendo se continua tudo lá arquivado, organizado, preservado e disponível para minhas consultas constantes e saborosas.
Fico de olho, pois, conforme o tempo vai passando, elas vão ficando cada vez mais distantes, correndo risco de serem soterradas, ofuscadas pelas aventuras mais recentes, o que para mim seria uma perda irreparável, inimaginável.
Acredito que, visitando as minhas boas lembranças constantemente, acabo por deixá-las em destaque (minhas favoritas), fáceis de serem acessadas, tanto que, às vezes, elas vêm à tona naturalmente, causando um leve sorriso, algo inexplicável para quem está do lado de fora.
Estas minhas prediletas são aquelas primeiras, as que inauguraram o meu HD, lá no início dessa caminhada, lembranças de coisas simples, boas e até bobas, mas que marcaram a minha existência.
Aventuras como aos domingos, ir ao matinê (cinema); correr à noite pelo bairro, brincando de polícia/pega ladrão; pescar na represa Vale das Flores ou na lagoa da Petrobrás; a leitura do livro "Os Meninos da Rua Paulo", que me fez imaginar ser um de seus personagens, derrubando os limites do meu pequeno mundo; ampliando meu horizonte de menino vindo de Carmópolis de Minas.
Elas funcionam como um refúgio, um lugar seguro onde posso visitá-las, revendo como tudo começou, onde as minhas bases foram fincadas, alicerçadas, tendo como argamassa a liberdade, os sonhos e a criatividade estimulada pelo lúdico.
Nesse banco muito especial, fui depositando todas as minhas memórias, compostas por alegrias e dores, tudo fruto de experiências, vivências, aventuras... e como foi bom ter guardado este meu tesouro em local tão seguro, onde só eu tenho a chave.
Minhas lembranças fazem parte integrante do meu ser, nada se perdeu, pelo menos até aqui. Enquanto eu puder lembrar, serei feliz.
Tenho um grande tesouro e ele está guardado em mim, um lugar muito seguro, e só eu tenho a senha e a chance de acessá-lo.
Rogério Alves
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